Ganhadora de medalhas em olimpíadas nacionais e internacionais, Cassia Caroline Aguiar da Ponte, de Fortaleza (CE), 18 anos, agora conta com mais um importante título: a jovem é uma das participantes do Enem 2021 que atingiram a tão sonhada nota 1.000 na redação.
O tema da redação do Enem 2021 foi: "Invisibilidade e registro civil: garantia de o à cidadania no Brasil". Para tirar a nota máxima no texto, o estudante precisava atender uma série de requisitos, como, por exemplo, obter a maior nota em todas as competências da redação do Enem. Além disso, era necessário criar uma proposta de intervenção para a questão-problema apresentada.
Cassia defendeu no seu texto que, para garantir o o à cidadania no Brasil, o Ministério Público Federal (MPF) precisava aumentar a fiscalização sobre os órgãos governamentais para impedir essa omissão por parte do Governo sobre algumas pessoas não terem a documentação.
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“Eu sabia que tinha feito uma boa redação, porque, assim que terminei, conferi e tinha feito todas as partes da proposta de intervenção. Meu repertório cultural tinha conseguido defender o argumento. Eu também tinha enchido o texto de operadores argumentativos que poderiam me ajudar em mais uma competência (da redação do Enem)”, avalia.
Quando recebeu a nota 1.000 na redação do Enem, a estudante cearense ficou bem surpresa. “Sempre achamos que tem algum erro que a despercebido, então eu estava esperando não tirar mil, na verdade. Porque também sabemos que há poucas notas mil.. .é algo bem difícil. Fiquei bem feliz”, relembra.
Medalhas e vestibulares militares
Cássia se destaca entre os estudantes desde o ensino fundamental. No 9º ano, teve menção honrosa na Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB). Durante o ensino médio, vieram outras competições estaduais e nacionais, como as Olimpíadas de Ciências, Física, Química e Robótica.
A disputa mais marcante, segundo a estudante, foi a medalha de bronze da Olimpíada Internacional de Química, obtida em 2021. O evento ocorreria no Japão mas, devido à pandemia do coronavírus, os participantes fizeram as provas no país de origem.
Crédito: Arquivo pessoal Cássia Caroline da Ponte
Na época da preparação para olimpíada, a cearense estava no último ano do Ensino Médio e afastou-se da turma específica que frequentava para processos seletivos de carreiras militares, como os do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e do Instituto Militar de Engenharia (IME). Esses vestibulares estão entre os mais difíceis do Brasil.
Quando a competição terminou, ela percebeu que não queria a área de Exatas e optou não participar do vestibular do ITA e o vestibular do IME. Cássia conta que até tinha a oportunidade de usar seu desempenho em olimpíadas para conseguir uma vaga no curso de Ciências Moleculares da Universidade de São Paulo (USP), mas desistiu porque não queria se mudar de Fortaleza.
No final do Ensino Médio, Cassia conheceu mais o curso de Medicina e percebeu que queria ingressar nessa carreira na Universidade Federal do Ceará (UFC). “Como o ingresso nessa universidade é somente pelas notas do Sistema de Seleção Unificada (SiSU), mudei para turma específica para o Enem”, relembra.
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Foco na redação do Enem
Por ter ficado um período focando em olimpíadas e vestibulares direcionados para área de exatas, a jovem percebeu que precisava focar mais nas disciplinas de humanas e na redação. Faltavam apenas dois meses para o Enem 2021.
A preparação de Cassia para a redação do Enem foi como a maioria dos estudantes: ela fazia um texto por semana, que era corrigido em sua escola.
“Os corretores também alternavam. Toda semana era um corretor diferente para gente ter uma perspectiva nova. Ai eu percebi que a correção é muito subjetiva. Mesmo que tenha as competências, cada corretor corrige da sua forma”.
Mas, o diferencial, segundo Cassia Caroline, foi analisar a fundo as redações nota mil de edições anteriores do Enem junto com seus amigos. Veja o o a o da sua fórmula de sucesso, conforme as próprias palavras dela:
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Ler as redações nota 1000 no Enem de anos anteriores e, em seguida, analisar cada pedacinho do texto.
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Conferir se o repertório cultural adotado pelo estudante estava sendo usado corretamente, se ele ajuda, se colabora com a argumentação.
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Verificar se o texto tinha quantidade boa de conectivos.
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Avaliar as propostas de intervenção.
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Analisar se seria possível usar os repertórios em outros temas de redações..
